Fora o esculacho que é saber que não somente a culpa é invenção cristã, também é o perdão; entendi que dentro desse imaginário tem coisas que não tem nem perdão e nem culpa. Achei que não estava deprimida, mas quem que não está e quer dormir por três meses? De um cansaço ancestral. No calabouço das emoções, eu queria querer chorar. Incomoda, porque também sou outras coisas além da tristeza, mas me parece que nesse momento fiquei monotemática - comigo mesma, uma discussão constante das outras de mim.
Veja bem, o meu dilema é puro ego, uma vaidade, uma ferida tão antiga que perdi o time. Revisitar a infância é tenebroso, são histórias que a gente reconta pra si mesmo, as ideias mudam, muda também a perspectiva sobre os acontecimentos. Todos os meus pontos de vista se sentem feridos. Não consigo me livrar dessa sujeira, nem com um milhão de banhos.
Ninguém tem culpa, mas ninguém tem perdão também não. Tem me consumido compreender que parte do problema sou eu, obsessiva, atando a mim mesma para não dar o braço a torcer. A outra parte diz respeito as coisas que, as vezes, são; e o são independente do molde do nosso querer. No meu enquadro perfeito, o amor é um dom imerecido.
Quando eu nascer de novo eu nem sei.
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