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Mostrando postagens de fevereiro, 2024

Marte em Leão

A escrita da contemporaneidade é dolorida, para mim, no que tende à tristeza. O neoliberalismo (nem tão sorrateiramente assim) se torna uma infiltração gigante na parede do quarto, daquele tipo que o mofo causa alergias respiratórias. Constantemente repito em voz alta que 'estou cansada demais' ou 'eu só trabalho' e, ainda, 'eu não tenho vida antes das duas da madrugada'. Não é totalmente verdade, porque existo em outros horários onde sou outras tantas versões de mim mesma; porém, é somente entre as três e as cinco que me sinto pertencente a narração da minha história particular - a que não envolve outros. Nesse cenário, não fico apenas ruminando as memórias, como também sonho de olhos abertos com o horizonte perfeito que habita a minha imaginação.  Mesmo assim, ainda há verdade nas minhas afirmações, sigo correndo para capturar o tempo e ser, na maior grandiosidade possível, aquilo que dá para ser. Tem quem me diga que dou importância demais ao que é humano - p