Eu quero fazer o meu rolê e o mundo é complexo. Sei lá. Nesse último semestre a vida tem sido uma loucura, uma vibe meio a esperança dança na corda bamba de sombrinha.
Fato que fiquei rançosa com a vida e as pessoas e as relações permeadas até o talo pela imundície do neoliberalismo. Me feriu profundamente encerrar vínculos de longo prazo, lacrar as portas, sumir do mundo ou o mundo sumir de mim.
Claro que o meu temperamento colérico de mulher agressiva anseia por uma confusão, uma grande troca de berros olho no olho, pau quebrando, guerra, paulada na nuca. Só que, ao mesmo tempo, eu estou economizando a minha saúde mental, sabe? De saco cheio pra caralho.
Eu sou uma operária. A minha alma é apaixonada pela subjetivação que advém do trabalho: o fazer juntos, aprender e ensinar, compartilhar nuances do cotidiano, a sensação de jogar a toalha no fim do expediente e saber que foi a finesse do setor de serviço. Quando o labor é atravessado por outros eixos da existência e desvia um pouco de ser tudo por dinheiro.
Ficou um trincado no meu coração porque joguei o tabuleiro pro alto com o jogo rolando e decidi tentar caminhos diferentes. E consegui. Tem muito lobo em pele de cordeiro por aí. Golpistas das emoções. Não é porque colou com ouro que não está todo rachado. Estresse pós-traumático.
Tô cheio de ódio, mas eu posso amar quem merece.
Comentários
Postar um comentário