Eu podia jurar que não me sentiria tão espancada pelo meu retorno de saturno. Tomei como garantia uma vida inteira apanhando e supus um acerto de contas diferente. 'Habito as fronteiras da travessia do espelho, point of no return' e, me parece, esse atino é comigo mesma. Falei tanto sobre morrer por dentro e nascer de novo que dos anos passados pra cá eu me encontro presa no meio, 'em febre constante'.
É extremamente solitário existir na contemporaneidade. E digo isso como quem ama existir. Sinto que não consigo admitir que tá lotado de escrotidão mundo adentro, porque me fere profundamente existir nesse cenário e meu coração urge por uma revolução, um estalo, qualquer faísca de mudança horizontal. É altamente frustrante.
Tenho tentado muito sobreviver a esse ano, muito mesmo; e escrever, qualquer coisa até sair alguma coisa. Totalmente em crise comigo mesma e com a minha vida, acumuladora obsessiva de mágoas a respeito do passado, cheia de feridas abertas. O que é que eu estou fazendo com o que fizeram de mim?
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