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Mostrando postagens de setembro, 2024

Correspondência

Escrevo essa carta para você, que nunca me escreveu nenhuma. Fico mais recalcada que chateada, mas ligo menos do que acho que ligo. E nem digo que te amo, porque nem tenho certeza. E nem quero que seja meu, porque não sou de ninguém. Tomara que você consiga reivindicar o seu eu esquecido em outras juras de amor; e vendo por essa perspectiva, quem quer juras de amor? Jurar qualquer coisa custa caro demais, imagina jurar amor. Te amo porque sim ou não te amo, não dá pra ficar jurando por aí um dom imerecido. Não se jura de morte, nem de vida, nem de amor. E olha que jurei muito amor e me custou caro demais.  Tem essa música do The Smiths que me captura muito, de formas que se transformam ao longo do tempo. Vivi uma grande fossa com "I know it's over", fiquei na baixa das emoções, provei o gosto amargo de deus quando ele não deu asas a cobra, também quando arrancou o veneno. Hoje escuto como quem sabe que o fim das juras de amor também é o grande luto do romantismo cristão,...

Knowing no more

Tenho revisitado muito a infância e a adolescência. São muitas as raivas e mágoas e reviravoltas. Um amontoado de coisas antigas e novas. O último dos vinte está sendo regido por um retorno de saturno do qual eu fui alertada sobre, o juízo final de um emaranhado de mim, um soco na nuca.  Em 2024 eu desatei vários nós e o que me custou foi um pedaço do meu coração e a minha juventude, ultrapassei os limites de andar em carne viva. Por outro lado ainda bem, é terrivelmente desgastante viver upon the edge of no scape.